sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010


- Receio Mr. Darcy - observou Miss Bingley em um sussurro - que esta aventura tenha de certo modo afetado sua admiração por seus lindos olhos.
- De maneira nenhuma - replicou ele - os olhos estavam, graças ao exercício, mais brilhantes do que nunca.


Livro: Orgulho e Preconceito

Postado por d. @ 1 comments






sábado, 20 de fevereiro de 2010


Fiquei tentando um tempo, mas você sabe que quando o amor se apaga é mais frio que a morte. O ruim é que as duas extremidades não se apagam ao mesmo tempo e quando você é a extremidade que continua acesa, melhor seria estar morto.

Postado por d. @ 2 comments






sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010


Sid e Nancy passavam juntos a maior parte do tempo. Sid batia em Nancy porque ela não sabia cozinhar. Nancy xingava Sid porque o encontrava transando com meninas. Às vezes alugavam um quarto imundo e ficavam dias trancados sem trocar um beijo. O encarregado do motel se perguntava que tipo de coisa os Smith tomavam para resistir tanto. A vontade de abraçar Nancy enlouquecia Sid, mas ele não dava o braço a torcer, sabia que ela estava sofrendo, via formar-se aquele ricto de dor no rosto dela, isso era mais prazeroso para Sid do que o desejo, eram gotas de ácido nos nervos, o sabor da morte. Nancy não se atrevia a romper a parede invisível, ficava muito quieta sem tirar os olhos de Sid, lutando contra o sono. Sabia que Sid estava louco e não podia lhe dar uma chance, atrás daqueles olhos serenos os demônios estavam fazendo uma festa e ela não queria ser o bolo. Quando chegava ao limite de sua resistência, Sid deslizava como um marine em manobras de combate e ia para cima dela com toda a sua ânsia. Nancy se defendia e ele soltava uma gargalhada selvagem. Sid injetava Nancy, dava banho nela e limpava a sua bunda. Usavam a mesma agulha, a mesma escova de dentes, o mesmo perfume. Sid detestava sentir-se vulnerável e Nancy lhe causava essa sensação. Nancy nunca pensava no seu amor por Sid, não opunha resistência, deixava-se inundar por aquele brusco sentimento, sentia-se à vontade naquela substância. Sid pensava em matar Nancy , imaginava mil formas diferentes, para ele, não havia outra saída. Nancy tratava Sid como se fosse um escolar assustado. Nancy sabia que Sid ia matá-la mais cedo ou mais tarde, porém preferia pensar em outras coisas.

Livro: Era uma vez o amor mas tive que matá-lo

Postado por d. @ 0 comments





Postado por d. @ 1 comments






quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010


se um dia ficaram marcas, agora eu já não lembro
é coisa pouca.
não quero tê-lo com medo da perda
quero sim, viver a ânsia pura de quem só ama pra ser amado,
sem medo e nem orgulho
quero sentir calafrios ao amanhecer e o frio na barriga ao anoitecer
quero passar o dia a espera de um telefonema, um aviso, um sinal
esperando, anciosa, a presença do homem que me ama como se nunca houvesse amado ninguém.
não importa quantas vezes já amamos e sofremos
já nos entregamos e fomos cortados com todas as palavras
não importa, não.
quando o amor chega é sempre a primeira vez, é sempre a mesma prisão.
quero delírios noturnos e gemidos surdos
porque apesar da volta que o mundo dá,
apesar de acharmos que nunca vale um centavo amar,
o amor ainda é o segredo que a gente faz questão de guardar.

(08/08/09)

Postado por d. @ 0 comments






segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010


É quase a falta de um membro, é um cala-a-boca, um buraco, um precipício sem fim pra quem fica. É um amar querendo e um não-esquecer consciente.
Que encontre a paz para nós ficarmos bem, que alimente sua alma para nós dormirmos em paz. E em algum lugar do lado de lá, nos espere; porque apesar de vivermos os dias sem um fim, um dia nos encontraremos e vamos bater aquele papo que ficou pro outro dia, jogar a sinuca que falta e vivermos em paz, finalmente.
- Os meus votos a minha amiga querida que deixou uma saudade insolúvel. Pra você as palavras nunca ditas: te amo e descanse.
(1 ano)

Postado por d. @ 2 comments






terça-feira, 2 de fevereiro de 2010


eu deitei cansada, mas estava tentando não pensar nisso.
as dores nas minhas pernas, não doíam mais do que o que eu estava sentindo,
mas eu também estava tentando não pensar nisso.
mas insistia, insistia.
todo o tempo eu viajo pra um lugar onde ninguém me conheça
e eu me escondo atrás de mil camadas,
tentando, no fundo, esconder que eu preciso...de algo.
tudo isso porque pra mim precisar é sinônimo de fraqueza e isso eu não suportaria em mim.
minha tristeza é forçada, é dobrada e eu me recuso.
faço disso inspiração,
faço disso vida,
como vida depois da morte.

Postado por d. @ 2 comments






Postado por d. @ 0 comments