quinta-feira, 18 de dezembro de 2008


a pedidos e para afastar um pouco o ócio vou tentar voltar a escrever com certa frequência.
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é fato que aos 17 e 18 anos eu não considero nenhuma pessoa realmente capaz de escolher que profissão quer seguir, acho uma escolha realmente muito difícil. quando esse é o momento de nossas vidas onde mais temos dúvidas, mesmo que dúvidas fúteis no nosso dia-a-dia, como que vestido comprar ou se devemos ou não namorar com tal pessoa. ai de repente, começa a surgir um nome que você já ouviu algumas vezes seus pais falando isso com seu irmão mais velho ou algumas vagas vezes no colégio, mas você nem prestou atenção..é, o temido vestibular. acho que ao menos poderiam ter inventado uma palavra mais bonitinha, mas não, fizeram questão de usar uma palavra com bastante ênfase, pra amedrontar qualquer pessoa.
a primeira vez que pensei em que profissão seguir, eu estava na oitava série, devia ter uns 14/15 anos e meu irmão prestes a fazer vestibular. eu sempre gostei muito de geografia, especialmente geopolítica e também de história e foi durante a minha oitava série que eu realmente comecei a prestar atenção nessas matérias. achava lindo aqueles homens que apareciam na televisão todos de terno e gravata falando bonito sobre o Brasil. e era bastante estranho uma menina de quase 15 anos gostar de política, mas eu gostava/gosto, me empolgava nas poucas discurssões que já tive sobre segunda guerra mundial ou a crise de 29, ou a influência ou capitalismo e socialismo no mundo. lembro que um dia fui no cinema com meu irmão e assistimos um filme chamado ' a intérprete' que eu queria muito assistir porque era com minha atriz preferida, a nicole kidman; logo esse filme passou também a ser um dos meus preferidos. o personagem da nicole kidman trabalhava na ONU como intérprete e eu achei todo aquele ambiente de embaixadores, presidentes, intérpretes realmente encantador e me chamava muito a atenção, até porque era uma mistura de tudo que eu gostava. então eu fui procurar um curso que tivesse haver com tudo isso, foi então que eu achei relações internacionais e esse foi o primeiro curso que eu quis realmente fazer. e pra falar a verdade, ainda tenho muita vontade de fazer.mas o único lugar que meus pais haviam deixado eu fazer vestibular pra esse curso foi em Brasília, na UNB, com o tempo, acabei esquecendo..na verdade, acabei desistindo.
passou primeiro ano e no final do meu segundo ano foi quando eu me toquei.
acho que foi um dia em que olhei pro lado e olhei minha estante cheia de livros já lidos e que eu não cansava/canso de preencher, olhei todos aqueles cadernos já escritos e percebi que era aquilo que eu queria pra mim, que eu poderia passar minha vida toda escrevendo, mesmo que a maior besteira, queria que meu nome estivesse escrito na capa de um livro um dia preenchendo a estante de alguma outra pessoa, enfim, queria me tornar as pessoas que tanto admirava por escreverem bem. foi ai que o sonho da minha mãe de me ver uma médica e do meu pai de me ver uma juíza desabaram. acho que por culpa minha, porque não sei porquê, mas desde pequena eu dizia pro meu pai que queria ser juíza. claro, não demorou muito e descobri que eu não tinha nenhuma vocação pra isso. obviamente eles tentaram fazer eu mudar de opnião, me falaram das dificuldades de se tornar jornalista, etc, etc. logo veio um vestibular e eu passei, pra (L)etras; pronto, era tudo que eu queria, passar pra (L)etras e depois passar em jornalismo, os dois cursos que eu realmente quero. Não sei como explico, mas como diz um professor meu " quando a literatura nos encanta, não há quem nos faça desistir". Daqui pra frente, eu realmente não sei o que vai acontecer, mas ao menos eu tenho certeza que eu estou fazendo o que realmente gosto e estudar deixou de ser um grande sacrifício pra mim e passou a ser um prazer. É ver de perto, conhecer todas aquelas pessoas de quem apenas ouvi falar e sempre quis saber mais, mais..
desde que entrei na faculdade, sinto que a cada eu tô fazendo meu caminho (com paixão) e agora com amigas pra amenizar qualquer dificuldade. logo eu que sempre fui feita de paixões e considerava isso um erro, agora tô aprendendo a controlá-las, a amenizá-las com uma disciplina que antes não me era conhecida; acho que isso se chama a amadurecimento e tem feito eu olhar o mundo com olhos de conhecedor e não mais de curiosidade, onde o fogo era tratado como brincadeira e as vitórias eram tidas como sorte. hoje, minhas vitórias são contadas nos dedos da mão e o fogo não me traz mais nenhuma ânsia de diversão.
é incrível como três meses mudam uma pessoa e como encontramos outras pessoas pra nos fazer mais felizes, todas as tardes.
mas não tenho pressa em traçar meu caminho que apenas comecei, agora eu trato o tempo como aliado. e como já dizia Machado de Assis:

" não precisa correr tanto, o que tiver de ser seu às suas mãos lhe há de vir."

Postado por d. @ 1 comments