domingo, 18 de abril de 2010


Eu escrevo sobre o que não vivi
sobre o que não tive
Porque o que eu tive não precisa ser passado a limpo, não precisa ser relido.
Me fascina a possibilidade de viver um outro caminho
através de um papel e um lápis,
de ser agente duplo, tripo, quádruplo;
ter quantas vidas eu quiser:
morrer e nascer,
correr, amar, criar e todos os verbos que minha imaginação permitir.
Até que minha própria vida se confunda nesse mar de conclusões.
Nas minhas fantasias sou tratada como deusa, viro estrela do Rock, saio de casa as três da manhã e volto só depois de quatro dias, tomo banho de chuva e não fico doente, tenho o homem que amo constatemente e sonho de sonhar.
As vezes eu viro a fantasia, e brinco de ser Marilyn Monroe,
cato corações na rua e trato homens como lixo.
Brinco de finais diferentes pro final e as vezes invento continuações, parte um, parte dois, parte três.
Vivo vidas passadas e futuras estando no presente.
Escrevo porque verbalizar é pra quem se prende a realidade.
Escrever porque não canso de escrever sobre escrever.
Escrevo porque vivo, porque sinto,
porque amo o que tive, tenho e terei.

Postado por d. @ 0 comments