domingo, 26 de julho de 2009


durante tanto tempo, quer dizer, com o tempo, todos vamos ficando mais velhos e ao invés de sabermos definir os sentimentos, impor limites, vamos aos poucos escancarando as barreiras, esquecendo os pudores. não por querermos seguir a fiolosofia 'carp diem', mas porque sabemos que a vida é muito curta para gastarmos tempo com barreiras e entendimentos. quanto mais envelhecemos, mais os nossos sentimentos ficam no estilo 'fast food', rápidos e descritos. em entrelinhas ou não. quando eu era pequena, tudo que eu queria era crescer logo, ter meus 18 anos e pronto e eu achava que ter 18 anos era grande coisa...
quando eu tinha 16 anos, tudo que eu queria era ser escritora e levar essa vida boêmia de quem escreve a vida...quem escreve a vida, vive a vida. agora que a empolgação dos 18 passou e eu tô com quase 19, bem...ainda não me sinto velha, óbvio, mas me sinto experiente. porém a vida parece não passar, parece que ficou estagnada. na teoria tenho tudo pronto e escrito pra poder ser comprovado depois, mas na prática...
na prática as vezes me atrapalho um pouco, coloco os pés pelas mãos.
mas é assim mesmo: errando e voltando.
tenho perdido muito tempo esses meses me definindo, me descrevendo. acho que é mania de terapia.
esses dias tenho achado que tenho me tornado fria, não pra mim, mas para os outros. não consigo expressar o quanto me importo com tal coisa e acabo sendo fria aos olhos alheios.
é..eu tô esperando.
esperando que meus sentimentos se tornem 'fast'. não esperando de braços cruzados, ando vivendo!
estou em tempos de calmaria, de tranquilidade, de sentar com os amigos e ficar, sem hora.
logo eu, sempre tão agitada, impulsiva, agora ando calma, esbanjando paciência.
é assim mesmo..talvez a analogia não seja a mais propícia, mas quando caminhamos muito pra alcançar o alto da montanha, o mínimo que devemos fazer quando se chega ao topo é sentar, respirar fundo e sentira brisa. é isso que eu tô fazendo, antes que a brisa se torne tempestade.
TUDO na vida é confuso e ambíguo, mas quando se está em tempo de calmaria, apenas sente-se no topo de sua montanha e aproveite a vista e tente não esquecê-la quando os tempos ruins chegarem.

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quinta-feira, 23 de julho de 2009


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.
Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho.
Sentir que já a perdi.
Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.
Isso é tudo.
Ao longe alguém canta.
Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.
A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.
De outro. Será de outro.
Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro.
Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.
Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.

- pablo neruda.

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vida após a vida

quarta-feira, 22 de julho de 2009


quando a gente não pensa muito nos nossos atos ou no curso que a nossa vida pode tomar, muita coisa acontece. de repente, a gente se encontra em quem a gente menos espera; vai ver se eu for bem ali, eu encontre uma roda de velhos amigos, e relembre aquela velha vida, crio novos momentos, novas fotos, com o mesmo amor que me sobrou. durante um bom tempo eu fiquei cega, nao enxergava nem gente e nem sentimento algum, andava por ai sem querer nada e colecionava coisas velhas e usadas, fazendo das experiencias ruins, as únicas conhecidas. eu tive depressão e pode-se dizer que estou temporariamente curada ou ao menos amenizada. não tomo mais remédio pra dormir ou pra diminuir a ansiedade, nao vou mais pra terapia e devagar a vida entra ao normal. tenho meus amigos, saio pra beber, vou à praia, agradeço ao mar e aos orixás por terem me trazido a vontade de viver de volta. ainda lembro daquela que já se foi e sinto a falta, a dor da falta, que vem em forma de uma gargalhada debochada.
tenho novos planos, outras metas e como diria uma amiga minha ' objetivo e foco' é do que eu preciso...mas ainda não sei como vou me comportar se algo der errado. porém, estou mais forte, estou com as raízes no chão e não busco mais o impossível, porque isso não existe. o (im)possível depende do ponto de vista. quando eu era criança, queria crescer, namorar, ter um emprego, uma grande família, casar e envelhecer ao lado do meu marido. agora, eu com quase 19, nao me importo com a ordem das sentenças..pra mim, crescer e viver já tá bom, ainda tá na meta.
ainda não sei lidar com certas coisas, me comporto de maneira indiferente com outras, sou criança, mas vivo crescendo.
faço besteira, acerto, erro, acerto e assim vai..
não como quem quer sempre acertar e estar por cima, mas como quem tem coragem de admitir os erros e recuperar o tempo perdido.

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quarta-feira, 8 de julho de 2009


sim, nós temos que ter certeza que esses dias vão durar.
porque é assim, foi feito assim: foi feito de duração, mesmo quando você me beija por uns 10 segundos, mesmo assim, cada momento tem a duração...a duração exata de quem não esquece o que acaba.
ah, eu acho bom esses dias durarem.
e nós passearmos de mãos dadas, tomarmos sorvete, brincarmos de se esconder e ter a tentação por perto. sim, esses dias..
me fizeram pensar, que o amor está sempre aqui esperando a gente chegar.
não, não é questão de segurança, não é questão de ter em quem se apoiar ou compartilhar, é questão de ter um abraço diferente dos outros, de ter uma pessoa única dentro das milhões milhões de pessoas no mundo, é questão de sentir, de se sentir viva, de se sentir bem e protegida...é questão de amar, mesmo sem entender.
não é questão de estar apaixonado(a), e sim de saber que o amor ainda existe.

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