me salva da selva
segunda-feira, 26 de maio de 2008
e no meio do meu vazio, eu fico. são em noites assim, que parecem infinitas, onde eu não reconheço a ação do espaço, tempo, são em noites assim que eu tenho medo de mim mesma, dos meus pensamentos, das frases feitas que aparecem sem nexo, dos fantasmas que me atormentam, e esses aparecem a qualquer hora do dia. o que restou? há sempre alguma coisa que eu não consigo dizer.
como posso em meio a uma multidão me sentir tão só? respirar o ar dos solitários de coração, que no meio dessa confusão, meu coração nunca encontrou outro que batesse no ritmo do seu. mas quantos passos são necessário para se entrar na dança?
ora, mas até um dia desses eu brincava de ser criança e hoje me preocupo em me conter, entrar na dança. como são estranhos esses tempos modernos.
culpa é coisa esmagadora mesmo e me torno tão pequena e caio na imensidão que me encontro e cada vez que tento me orientar, me perco mais.
sou sempre atormentada pela idéia de não ter dado o melhor de mim, de ter deixado passar. mas meu lado otimista sempre grita que eu quebrei todas as portas e fiz meu próprio caminho. tão bom ou pior. mas meu.
e ainda com medo das pedras que poderiam aparecer, eu levantei com meus próprios pés. e de certa forma, fiz dos meus fantasmas meus amigos, todos tão mal resolvidos, e o único trunfo é saberem quem eu fui..mas já não sou mais.
como são felizes as noites que uma luz se acende em forma de um telefonema, um beijo no rosto, um abraço carinhoso. a aquela luz vai se desenhando e eu vejo claramente a figura daquele homem, que me salva de mim mesma. esse homem que de tanto eu chamar, almejar, parece um santo. e ele está no meu altar. escuta minhas preces. que me guarda do mal (dele).
e torno a repetir..
quem me vê sorrir nem imagina..
quanto medo cabe em um sorriso.
agora eu sei, que sorrisos falsos também trazem alegria.
08/04
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d. @
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